NO CÍRIO, BELÉM É "TERRA ONDE O OUTUBRO SE DESDOBRA SEM TER FIM".

Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, exposta na Igreja de São Francisco de Assis em Rurópolis - Pará - Brasil - Manto confeccionado por Maria de Lourdes (Fia)

CRÔNICA DE EMANUEL TEIXEIRA FIGUEIRA

Estou pensando que setembro, o mês que tem suas manhãs imortalizadas nos versos da canção do Belchior e na voz de Vanusa, já terminou.

E veio outubro!

Padre Jaime Maria Gato, Pároco no município de
Rurópolis em sua homilia, exaltou o dia de hoje e pediu a
Bênção de N.S. de Nazaré aos munícipes

Neste mês, o coração do paraense se alegra e se enobrece de fé, gratidão e pedidos a Nossa Senhora de Nazaré.

É época do Círio!

E no Círio, exagerando um pouco, pode-se até afirmar que acontece de tudo. Romarias, emoção no coração e no espírito, procissões, confraternização, demonstração de fé comedidas e exageradas, milagres, encontros entre famílias, amigos e até com novas amizades, aventuras, e … comida e bebida à vontade!

Quem já participou dessa grande festa, sempre sentirá saudade de tudo o que viveu, mesmo que saiba que cada Círio é um Círio novo.

Esse entusiasmo espiritual emocionante, pleno da esperança que só o REENCONTRO com a Mãe de Deus suscita àqueles que têm fé, faz bem a todos!

Ela é a Mãe de todos os paraenses!

Esse sentimento é o que faz a diferença, a felicidade, a sublimidade no Norte do Brasil.

Entendo que é essa a devoção que deve explodir nos corações, pela fé e pela emoção desse novo reVER; desse novo viver a emoção, e sobretudo, a sublime, a misteriosa experiência que, graças a perseverança e tenacidade de quem participa, consegue viver a plenitude do que a alma sente!

Eu também escrevi algumas palavras sobre a participação no Círio ao meu irmão Sebastião, que mora em Manaus, e por anos segue essa liturgia de "passar o Círio em Belém".

Ele, apesar das suas mazelas e dificuldades, sempre se faz presente neste grande evento religioso de fé, de busca, de esperança e de reencontro com outros meus irmãos que moram em Belém. Valentim e Gilson.

E eu tenho aqui dentro o meu sentimento. Amanhã, dia do Círio, eu irei à Missa. Verei qual o sentimento me virá na ocasião dessa participação, pois, com o passar dos anos, talvez eu esteja menos apegado ao sobrenatural, continuo crente no poder Divino, mas participo de tudo à distância, com a contrição que a minha alma dita.

Já vivi muitos Círios.

Já participei da parte religiosa e da profana (esta última bem mais calibrada).

E, realmente…

Como diz um verso da composição do Pe. Fábio, "Eu sou de lá", no Círio, Belém é "Terra onde o outubro se desdobra sem ter fim".

Aos que participarão deste Círio 2022, aos que de suas casas, dos leitos dos hospitais, dos presídios ou aqueles que voam pelos céus ou os que seguem pelas estradas do mundo, ou, ainda, aqueles que neste momento singram os rios amazônicos, eu desejo alegria, entusiasmo, bem estar e sempre, mais fé!

Viva a nossa Santa Padroeira!

Viva a mãe de Deus!

Viva o povo paraense!

Viva o nosso Pará!